quarta-feira, 1 de julho de 2009

Grama seca

(Por Ronaldo Xavier Pimentel Jr)

      Estava na casa do meu sogro, lembro que era um dia nublado, tinha acabado de almoçar, fui sentar em um pequeno terraço da casa que tinha vista para a lateral, onde seu João, com uma tesoura de jardineiro, capinava o terreno ao lado. Seu João era conhecido por seu jeito debochado de conversar, e enquanto trabalhava, contava para os presentes mais uma de suas histórias. 
      Nesse meio tempo, seu João percebera a necessidade de tirar um fusca do meu cunhado, que estava estacionado fazia muitos dias no jardim do meu sogro, e como o carro estava sem funcionar, fomos eu, seu João e meus três cunhados empurrar o carro dali. Para nossa surpresa, vimos como a grama, que tinha ficado todos aqueles dias embaixo do carro, já estava totalmente morta, amarela e seca por não receber luz.
      Ao me deparar com aquela situação percebi que Deus tinha me dado uma das maiores lições de minha vida, e quase que imediatamente me veio à mente o versículo “Falou-lhes, pois, Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida.” (João 8:12). Naquele momento não pude deixar de fazer uma analogia da nossa vida com aquela grama seca, naqueles dias em que nos encontrávamos longe de Cristo, sem a “Luz do mundo”, em nada éramos diferentes daquela grama: seca, morta e sem esperança alguma, ocultos em densas trevas e longe da verdade da luz que transforma as nossas vidas. Nem sequer sabíamos que tão perto de nós, existia uma grama tão verde e diferente daquilo que éramos.
      E assim, com muita dificuldade, tiramos aquele fusca do lugar subindo o aclive do jardim. Desse modo, vejo o pesado fardo que Cristo teve que carregar para que sua luz chegasse até nós, dando esperança àquela grama seca, que insistia em não atender o chamado para andar na luz do Senhor (Isaías 2:5), pois, assim como a grama estava imersa na sombra daquele carro, bloqueando a luz que lhe daria vida, assim éramos nós, imersos na região da sombra da morte, até o dia que A Luz resplandeceu em nossas vidas (Isaías 9:2). 
      Sim, nosso passado de trevas nos condenava a uma cegueira incomparável, mas A Luz queria brilhar, ela poderia nos tirar daquela situação (Isaías 42:16), ela poderia ser o farol que nos nortearia em meio à tormenta, um único raio daquela preciosa Luz mudaria as nossas vidas, tornaria a dar vida àquela grama seca, curando-a, nutrindo-a, trazendo a sua cor verde de volta (Isaías 58:08), para que ela refletisse a glória da Luz que a restaurou, que mudou o seu estado de insignificância (Isaías 60:01) para um novo estado de glória e esperança.
      Passaram alguns dias, alguns chuvosos, e a grama seca a cada dia renascia verde, pois saíra completamente da obscuridade que vivia e passou para um estado infinitamente melhor, assim fomos nós “o povo que estava assentado em trevas viu uma grande luz; e aos que estavam assentados na região e sombra da morte a luz raiou.” (Mateus 4:16), e Cristo a luz do mundo transformou as nossas vidas para sempre, e passamos não só a receber de sua luz e nos alimentarmos dela, mas como fontes secundárias, passamos a ser também luz para os homens (Mateus 5:16).
      Assim como a grama não tem vida sem a luz do Sol, vimos que, “Nele, estava a vida e a vida era a luz dos homens;” (João 1:4), Jesus é a melhor escolha. E qual grama em sã consciência escolheria as trevas? Infelizmente, ainda existem muitos jardins secos, seu aspecto é de morte e ali parece não haver esperança. Como está você agora? É a grama seca e lânguida ou a verde cheia de vida? Convido-te hoje a estar naquela Luz, que mudou a minha vida de grama seca, mudou minha história pra sempre, pois sei que o nosso futuro é glorioso e estaremos sob a luz maior que qualquer Sol “E ali não haverá mais noite, e não necessitarão de lâmpada nem de luz do sol, porque o Senhor Deus os alumia, e reinarão para todo o sempre.” (Apocalipse 22:5).