sexta-feira, 6 de julho de 2007

A Segunda Lei da Termodinâmica e suas implicações na Teoria da Evolução

(Por: Ronaldo Xavier Pimentel Júnior)



Muito se tem debatido acerca da Segunda Lei da Termodinâmica e suas implicações na teoria da evolução. Quando argumentamos que tal lei afronta diretamente a teoria da Evolução das Espécies de Charles Darwin, automaticamente, escutamos a resposta pronta de que a segunda lei só é válida para um sistema fechado. Testaremos à veracidade dessa informação e verificaremos se essa é capaz de passar pelo crivo da prova cientifica.
Inicialmente gostaria de explicar o que é essa tal de Segunda Lei da Termodinâmica, e porque ela tem causado tanta polêmica. Segundo os professores Calçada e Sampaio temos o seguinte entendimento:

A Segunda Lei da Termodinâmica têm um caráter estatístico, estabelecendo que os processos naturais apresentam um sentido preferencial de ocorrência, tendendo sempre o sistema espontaneamente para um estado de equilíbrio. Na verdade, a segunda lei não estabelece, entre duas transformações possíveis que obedecem à primeira lei, qual a que certamente acontece, mas sim a que tem maior probabilidade de acontecer.[i]

Pelo conceito em si, já percebemos que não é dada à suposta devida importância ao tal sistema fechado, uma vez que, nem se quer encontramos menção a tal sistema no enunciado acima. Mas no momento devido, estaremos comentando o que seria o tal sistema fechado e qual seria a sua importância.
Gostaria de citar o entendimento dos professores Halliday, Resnick e Walker sobre a Segunda Lei da Termodinâmica:

O mundo é cheio de eventos que acontecem em uma direção mas nunca na oposta. Estamos tão acostumados com isso que os achamos “óbvios”, quando acontecem na direção “certa”, mas ficaríamos totalmente desnorteados se acontecessem no outro sentido.[ii]

O que vemos, portanto, é que temos infindáveis exemplos de aplicação da segunda lei em nosso cotidiano, pois parece que tudo ao nosso redor tende a naturalmente se desorganizar, ou seja, não é necessário um projeto para que seu quarto fique bagunçado. Naturalmente isso ocorre no decorrer do tempo, você vê que seu quarto, sua casa e tudo ao seu redor vão se desorganizando, isso é algo extremamente comum e natural, ainda que o seu quarto e a sua casa não sejam a rigor um sistema fechado. Mas talvez alguém diga: “Será possível que em determinado momento, no decorrer do dia meu quarto fique mais organizado?”. A resposta para essa pergunta é sim, é possível, mas é altamente improvável, uma vez que, a desordem naturalmente prevalece sobre a ordem.
A segunda lei, portanto, trata também da probabilidade de um evento ocorrer, ou seja, como no universo existe uma preferência natural de certos eventos em detrimento de outros, tal assimetria aponta no sentido da ordem para desordem, de forma que, o entendimento mais amplo da segunda lei é que os sistemas tendem a se desorganizarem, tal bagunça, daqui por diante, denotaremos de entropia.
O que vemos na prática é que, quando queremos organizar um sistema, é necessário que um agente externo forneça energia na forma de trabalho a fim de diminuir sua entropia, ou seja, se você quiser seu quarto ou casa organizados, você (agente externo ao sistema) terá de trabalhar, e trabalhar muito, para organizar as coisas, ao final de tudo verá que gastou mais energia para organizar do que o seu quarto gastou para desorganizar-se, uma vez que, grande parte da energia gasta na organização acaba por se degradar.
Temos que ressaltar que todo o entendimento da segunda lei é estatístico, baseado em probabilidade, ou seja, existem eventos que estatisticamente são mais prováveis de ocorrer, seja a nível macroscópico ou microscópico.
Para que fique totalmente claro, essa questão de probabilidade, veremos alguns exemplos de eventos que ocorrem constantemente, e eventos que provavelmente não irão ocorrer:
I – Imagine que uma sala contenha dois orifícios por onde são lançadas bolinhas de borracha; por um orifício saem bolinhas vermelhas e por outro saem bolinhas azuis, veremos então as bolinhas saltitarem por todo o recinto, enquanto a sala é preenchida por tais bolinhas. Naturalmente quando o ambiente estiver totalmente cheio de bolinhas, que cena você espera encontrar, uma visão caótica onde bolinhas azuis e vermelhas estão misturadas ou bolinhas azuis e vermelhas bem separadas uma das outras? É muito mais provável que você encontre uma verdadeira bagunça. Por que é mais provável? Porque a desordem tende a prevalecer em relação à ordem, ou seja, o número de configurações possíveis em que a desordem prevalece é muito maior do que aquelas que a ordem prevalece, ou seja, os sistemas tendem naturalmente a ficarem caóticos e menos complexos.
II – Quando você solta um ovo no chão, esse que tinha uma estrutura organizada se quebra, aumentando a sua entropia ou desordem. Isso me parece uma cena normal e cotidiana, afinal quem nunca deixou um ovo cair no chão e sujar toda a casa? Mas será que podemos encontrar uma cena invertida, como aquela em que rebobinamos uma fita de VHS ou um DVD, ou seja, será que veremos aquele ovo quebrado no chão voltar a se juntar e compor um ovo como o era antes? Impossível? Talvez alguém ache que não, mas certamente é algo altamente improvável, e quando falo altamente improvável é um evento que simplesmente não veríamos acontecer.
III – Se temos um avião estacionado em uma pista de pouso, e esse é atingido por um forte ciclone que simplesmente o despedaça, não acharíamos isso algo espantoso, uma vez que, é uma coisa extremamente razoável de se crer. Mas se eu dissesse que logo após esse furacão veio um outro mais forte que remontou todo o avião, com certeza ninguém cairia nessa, uma vez que, o segundo evento segundo a Segunda Lei da Termodinâmica, apesar de não ser considerado impossível (probabilidade igual a zero), é algo extremamente improvável, tão improvável que simplesmente não ocorre.
Poderíamos citar aqui dezenas de outros exemplos, mas acredito que esses são bastante elucidativos. Agora, por que a lei recebe esse nome de Segunda Lei da Termodinâmica? Afinal o que essa história de ordem e desordem tem a ver com termologia?
Apesar de sua enorme abrangência, sendo proposta por vários nomes da ciência, homens como Kelvin, Clausius, Planck, Ostwald e Carnot, a lei ganharia a sua devida importância no campo da termodinâmica, haja vista nos mostrar duas coisas bastante simples:
i – O calor propaga-se naturalmente de uma região de maior para uma de menor temperatura.[iii]
ii – É impossível a construção de uma máquina térmica que, operando ciclicamente, tenha como único efeito retirar calor de um sistema e convertê-lo integralmente em energia mecânica (trabalho).
Agora eu pergunto aos defensores do exclusivismo do sistema fechado, será que não encontraremos, no dia a dia, o calor indo do quente para o frio? Ou será que pelo fato da Terra não ser um sistema fechado, encontraremos o calor indo do frio para o quente? Queremos demonstrar que entendemos a importância do sistema fechado, mas não concordamos com esse exclusivismo absurdo de que a lei só funcione em sistema fechados, uma vez que, a contemplamos cotidianamente.
Para que fique bem claro, não estou dizendo que em um sistema aberto não encontramos redução de entropia, pois pode ter certeza que encontramos, agora tal redução jamais pode ser comparada a complexidade da formação da vida, ainda que unicelular, por obra do simples acaso.
Na prática isso é muito fácil de vermos, não podemos construir um carro que converta integralmente calor em trabalho, mas é fácil (natural) convertemos trabalho em calor, é o que acontece por exemplo quando esfregamos as nossas mãos, convertemos energia mecânica em calor facilmente, agora inverter o sistema, fazer com que o calor ponha nossas mãos em movimento, já não é algo tão simples, como nos mostra mais uma vez os professores Calçada e Sampaio:

As energias mecânica, elétrica, química, nuclear, etc., tendem a se “degradar”, espontaneamente e integralmente em calor. No entanto a conversão inversa, de calor em energia mecânica, por exemplo, é, como veremos, difícil e nunca integral.[iv]

A lei nos mostra, portanto, que a ordem é possível, mas requer o que nós entendemos como degradação de energia muito grande. Veja, quando queremos aquecer um ambiente essa tarefa nos parece fácil, ocorre rapidamente e consome pouca energia se comparada com o processo inverso, por isso, que ar condicionado gasta tanta energia elétrica. Ou seja, o processo inverso ocorre, mas para que a desordem, o caos, se torne ordem, ou seja, para um estado de agitação térmica maior (maior temperatura) tornar-se um estado de menor agitação térmica (menor temperatura), é necessário que um trabalho seja realizado sobre o sistema, o trabalho deve ser realizado por um agente externo, que nesse caso é o compressor do ar condicionado, que faz todo o serviço à custa de uma enorme quantidade de energia elétrica. Então, agora vamos pensar um pouco, será que o ar condicionado violou a Segunda Lei da Termodinâmica? Sabemos que não, contudo não acharemos ar condicionados surgindo pelo acaso, são obras de mãos humanas inteligentes que desenvolveram o projeto.
E o Sol? Não poderia fornecer energia para o surgimento da vida, e a consequente redução da entropia? Sim, e o Sol o faz, mas o que vemos é vida surgindo de vida e não vida surgindo de não vida. O que estamos afirmando com isso é que a energia Solar é suficiente para manter a vida e não para criá-la da matéria morta, e a maior prova disso é que, quando olhamos para o sistema solar ou até pra fora dele, simplesmente não encontramos nenhum tipo de forma de vida, nada, zero, apesar do Sol está fornecendo energia para os outros planetas. Se fosse algo assim tão simples como querem os evolucionistas, estaríamos encontrando vida em todo o sistema solar, mas porque não encontramos? Simplesmente porque a segunda lei, continua atuando mesmo com a presença do Sol. Mas será que a energia proveniente do Sol não seria suficiente para permitir o teste de combinações que possibilitassem o surgimento da vida? Para respondermos essa pergunta vamos falar de algo que nem de longe é vida, mas está relacionada com ela, vamos falar sobre a “simples” hemoglobina segundo as palavras do cientista Issac Asimov:

Existem 135 x 10^165 possíveis combinações para a hemoglobina. Para se realizar as combinações necessárias seria consumida a energia e a matéria de 10 sextilhões de universos por segundo, durante 10 trilhões de trilhões de anos para se produzir as combinações de hemoglobina, por acaso.[v]

Portanto, os criacionistas têm consciência de que a Terra é um sistema aberto, de que é possível então uma redução da entropia, mas que tais reduções estão a anos-luz de distância do que seria necessário para o surgimento da vida ao acaso.
Agora eu pergunto, onde é que achamos um sistema fechado? Tal sistema simplesmente não pode ser criado materialmente, portando posso afirmar categoricamente que tal sistema fechado não existe, uma vez que, não posso isolar absolutamente uma região do espaço da influência de todas as formas de energia. Então, se esse sistema fechado não existe, como foi que descobriram a Segunda Lei da Termodinâmica, uma vez que, é necessário que, para que um conceito se torne lei tenhamos sua constatação e observação empírica? É aquela história, é ver pra crer. Destarte, claramente se vê, que a Segunda Lei não é algo que absolutamente só seja plausível na presença de um sistema fechado, ao contrário, vemos a segunda lei atuando constantemente nas coisas, como vemos nas palavras dos ilustres professores Halliday, Resnick e Walker:

Uma lei da física é simplesmente uma afirmativa – em forma de palavras, como a segunda lei da termodinâmica ou em forma de equação, como a lei de Newton para a gravitação – que resume os resultados da experiência e da observação para uma certa faixa de fenômenos físicos. Como “verdade” é um conceito bastante abstrato, com uma enorme carga de conceitos filosóficos e éticos, os físicos raramente dizem quando se referem a uma lei: “Ela é verdadeira?” A pergunta quase sempre feita é muito mais específica e sua resposta é muito mais fácil: “Os resultados previstos por essa lei concordam com a experiência?”[vi]

Sim, nossos resultados concordam com a experiência, não vemos a vida surgir por acaso, mas vemos a vida surgir da vida como já previa a lei da biogênese de autoria de Louis Pasteur, que derrubou a falsa ideia evolucionista da geração espontânea. Vemos na Segunda Lei da Termodinâmica um obstáculo instransponível para os evolucionistas, ainda que, esses usem dos seus sofismas ao afirmar que a mesma só é válida para sistemas fechados.
E prosseguem os professores supracitados:

Talvez o fato mais impressionante sobre as leis físicas seja que eles existem e têm formas tão simples. O fato de que domínios tão vastos da experiência possam ser resumidos numa única sentença ou numa única equação continua deixando maravilhados todos os que pensam com clareza. Mas uma vez Einstein colocou a questão de maneira correta, quando afirmou que “a coisa mais incompreensível acerca do Universo é que ele é compreensível”.[vii]

Um universo explicável, é a maior prova da existência de um criador, e não simplesmente uma bagunça generalizada, obra de uma explosão, uma vez que as leis físicas não são criadas e sim descobertas.
Agora, por que se idealizou o chamado sistema fechado? Para que possamos criar um modelo matemático com resultados precisos, ou seja, queremos evitar que agentes externos interfiram no resultado específico. Só que, quando a interferência é muito pequena, ou o que denotaríamos de desprezível, o resultado no caso concreto é muito próximo do resultado em um sistema ideal, que seria o chamado sistema fechado.
Queremos mostrar com isso que não é necessário a presença de um sistema fechado para contemplarmos a lei funcionando, ou seja, numa comparação simplista, sabemos que a aceleração da gravidade é de aproximadamente 9,78 m/s^2 no vácuo, se considerarmos os efeitos do ar em um corpo de pequena área, ou seja, quando deixamos um prego cair, ainda que seja no ar, encontraremos um resultado muito próximo do ideal, pois, no caso em tela, o ar interfere muito pouco.
Então, o que tudo isso tem a ver com a teoria da evolução? O fato é que a teoria da evolução propõe que um sistema caótico, teve sua entropia reduzida a ponto de que as moléculas se organizaram e formaram uma célula, e daí por diante. A vida teria se iniciado a partir dos seres unicelulares. Essa seria então uma das primícias da teoria da evolução, ou seja, a vida unicelular (algo extremamente complexo) teria se originado da desordem, do caos. Pergunto, isso é impossível? Não em um sentido matemático, mas é algo extremamente improvável. Lembra da história do ovo quebrado que se conserta sozinho? Tal impossibilidade é conhecida no meio acadêmico, e aqui, citaremos diversos exemplos, situações não ditas criadas mim, mas pelos maiores defensores do ceticismo, ou ateísmo, como queiram.
Começaremos pelo cientista evolucionista Paul Davies, que admite que a possibilidade de fazer as proteínas da vida por recombinação casual, será semelhante a alguém imaginando que seja possível construir uma casa explodindo dinamite embaixo de um caminhão de tijolos! Num artigo da revista New Scientist, ele disse:

Agora conhecemos que o segredo da vida não consiste somente nos ingredientes químicos, porém, na estrutura lógica e no arranjo específico das moléculas [...]. Como um supercomputador, a vida é um sistema de processamento de informação.[viii]

Vejamos o que nos diz o ganhador do prêmio Nobel de Medicina Dr. Francis Crick:

Um homem sincero, armado com todo conhecimento de que dispomos agora, só poderia afirmar que, num certo sentido, a origem da vida parece no momento ser quase um milagre, tantas são as condições que teriam que ser satisfeitas para fazê-las existir.[ix]

E por que não falarmos do pai do ceticismo moderno, Carl Sagan, que arrebatou multidões em sua aclamada série Cosmos. Segundo Sagan, a possibilidade do homem ter evoluído é de aproximadamente 1 em 10^2.000.000.000.[x] Se fossemos escrever esse número por extenso seria preciso o equivalente a 20.000 livros de 100 páginas. Tal probabilidade nos mostra que tal evento simplesmente não ocorreu, fere os princípios básicos da segunda lei, a possibilidade de tal organização a partir da desordem é algo que simplesmente não pode ser concebido. Impossível? Não, mas altamente improvável.
Para tratarmos dessa questão de probabilidade, e para que entendamos o que representa tais potências num sentido prático, faremos uso da chamada Lei de Borel, que nos mostra que, estatisticamente, um evento cuja probabilidade esteja abaixo de 1 chance em 10^50 simplesmente não ocorre. Ora se 10^50 não ocorre[xi], então o que dizer do 10^2.000.000.000. Fatidicamente Sagan, assassinara, portanto, a teoria da evolução de uma vez por todas.
Marcel P. Schutzenberger da Universidade de Paris, França, calculou a probabilidade da evolução baseado na evolução e na seleção natural. Como muitos outros cientistas, ele calculou que era algo inconcebível, porque a probabilidade de um processo, ao acaso, realizar isso é virtualmente zero, como vemos:

Não há probabilidade (10^1000) de ver esse mecanismo surgir espontaneamente e, se surgisse, menos ainda que se mantivesse [...]. Para concluir, cremos que existe uma brecha considerável na Teoria Neodarwinista da evolução, e cremos que essa brecha é de natureza tal que não pode ser fechada dentro da concepção corrente da biologia.
Alguns evolucionistas tentam argumentar que, em virtude do processo ser gradual, não seria estranho que uma série de impossibilidades se acumulasse no decorrer do tempo, o fato é que o espaço entre uma possibilidade e outra não é infinitesimal, uma vez que, para cada passo seguinte temos que esperar um verdadeiro milagre estatístico. E não é só o evento ocorrer, mas ele se manter para possibilitar o evento seguinte, uma vez que, eles são interdependentes, ou seja, quando se calcula uma probabilidade para um evento final como o surgimento da vida pelo acaso, se faz necessário que uma série de eventos, consecutivos e ordenados, ocorra de uma maneira lógica a fim de gerar uma “simples” vida unicelular.
Talvez alguém até pense que esse número (1 chance em 10^1000), não seja lá uma possibilidade muito pequena como acredita Schutzenberger, mas vamos dar um exemplo para esclarecer. Para se ganha na Mega-sena, temos uma possibilidade na ordem de 10^10, perceba que as pessoas ganham nesse jogo de azar, uma vez que, não há violação da lei de Borel (10^50). Vamos dar um outro exemplo, mais extremo. Quanto tempo (em anos) uma ameba gastaria para transportar todos os átomos, um de cada vez, de 600.000 trilhões, de trilhões, de trilhões, de trilhões de universos do tamanho do nosso, de uma ponta a outra do universo, considerando que o universo tem um diâmetro de 30 bilhões de anos luz? A resposta é que essa ameba gastaria 10^171 anos para realizar essa tarefa, mas perceba que esse valor nem seque arranha 10^1000.
Perguntamos novamente, como podemos crer em algo cujas chances são de 1 em 10^1000 ou até 1 em 10^2.000.000.000?
O fato da Teoria da Evolução simplesmente não elucidar a origem da vida, a partir da matéria não viva, torna-á tão improvável, e absurda, que os evolucionistas admitem descaradamente. Tomarei como exemplo a última publicação da revista Super Interessante, que trazia como matéria de capa “Darwin o homem que matou Deus”. Veremos o que a própria revista afirmou:

Era uma molé­cula capaz de se replicar, de sugar maté­ria orgânica do ambiente e usar como matéria-prima para produzir cópias dela mesma. Motivo? Nenhum: ela fazia répli­cas por fazer e pronto. Vai entender...[xii]

E é assim que a ciência evolucionista é feita, com frases dogmáticas como vemos acima “ela fazia répli­cas por fazer e pronto”, mas se você caro leitor achou isso pouco, o que dizer da próxima afirmação:

Essa aparição foi algo tão improvável quanto se esta revista (que também é fei­ta de cadeias de carbono) comesse seus dedos agora e, a partir dos átomos da sua carne, pele e ossos, construísse uma có­pia dela mesma. Improvável, mas foi exatamente o que aconteceu naquele dia.[xiii]

A questão toda é, até quando aceitaremos esse tipo de ciência? Acusar os criacionistas de usar a fé, e pedir para que acreditemos em algo como o escrito acima é no mínimo ridículo.
Por isso, nós podemos afirmar categoricamente, que em conformidade com a Segunda Lei da Termodinâmica, certos eventos simplesmente não ocorrem, e o surgimento da vida por acaso é um deles. E vimos também, que não é só o fato da Terra ser um sistema aberto que a torna imune a segunda lei, ou que, o fato de um sistema aberto ser mais favorável a redução da entropia não quer dizer que, necessariamente, a redução da entropia venha a ocorrer. Ou ainda, não é só ter energia disponível, mas é como a energia é utilizada no processo, como afirmam Simpson e Beck:

(…) o simples fornecimento de energia não é suficiente para desenvolver e manter a ordem. Um touro em uma loja de porcelana executa trabalho, mas ele nem cria nem mantém organização. O trabalho necessário é um trabalho específico; tem que seguir especificações; requer informação em como proceder.[xiv]

Não quis aqui esgotar o tema, mas demonstrar as suas implicações em decorrência ao modelo que propõe  o surgimento da vida por acaso. E reafirmar a posição de que, a Segunda Lei da Termodinâmica interfere sim, e é, ainda que alguns evolucionistas não sejam sinceros para admitir, um problema à Teoria da Evolução.
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Notas:

[i] CALÇADA, Caio Sérgio; SAMPAIO, José Luiz. Termologia, fluidomecânica, análise dimensional. São Paulo: Atual, 1998. p.294
[ii] HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de física 2: Gravitação, ondas e termodinâmica. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1996. p.237-238.
[iii] Entendemos naturalmente como espontaneamente, ou seja, de uma maneira não forçada.
[iv] CALÇADA, op. cit., p.295
[v] ASIMOV, Issac. The genetic code.
[vi] HALLIDAY, op. cit., p.255.
[vii] HALLIDAY, loc. cit.
[viii] DAVIES, Paul. Life Force, New Scientist, 163 (2204): 27-30. 18 de Setembro, 1999.
[ix] CRICK, Francis. Life itself: Its Origin and Nature. Nova Iorque: Simon & Schuster, 1981. p. 88.
[x] SAGAN, Carl; CRICK, F. H. C.; MUCHIN, L. M.. Comunication and Extraterrestrial Inteligence. MA: MIT Press. p. 46.
[xi] BOREL, Emile. Probabilities and Life. Nova Iorque: Dover, 1962.
[xii] SUPER INTERESSANTE. Abril, n.240, junho de 2007. p. 64.
[xiii] Ibid.
[xiv] SIMPSON, George. G; BECK, William. Life: An introduction to biology. 2. ed. New York: Harcourt, Brace, e World Pub. Co, 1965. p. 466.