sábado, 17 de janeiro de 2009

O Teorema do Macaco

(Por Ronaldo Xavier Pimentel Jr)

Quando se fala de probabilidade, alguns evolucionistas têm tentado demonstrar que tudo é possível com os milhões de anos, ou seja, que a complexidade de um DNA, esse super código com milhões de letras, colocado devidamente na ordem, pode ser produto de tentativa e erro. E para demonstrar tal possibilidade, citam o chamado teorema do macaco[i], idealizado pelo matemático francês Émile Borel, fazendo uma analogia com a possibilidade de a vida ter surgido por acaso. Imagine uma multidão de macacos que batem aleatoriamente nas teclas de um computador: pulam, giram saltam, enquanto as letrinhas vão surgindo na tela. A ideia é que, quando analisássemos tudo que foi digitado pela macacada, encontraríamos ali, depois de milhões de anos, um soneto digno de Shakespeare, ou seja, assim como uma multidão de macacos foi capaz de criar um texto inteligível, o tempo, o acaso e a matéria inerte poderiam fazer com que a vida surgisse em uma Terra primitiva.
Quem refutou detalhadamente essa ideia  - aqui faço apenas uma síntese de sua argumentação - foi, o físico e cientista israelense, Gerald Schroeder[ii], que fala sobre um experimento conduzido pelo Conselho de Artes Nacional Britânico, onde um computador foi colocado numa jaula que abrigava seis macacos. Depois de um mês de intenso movimento sobre as teclas, os macacos chegaram a digitar 50 páginas! Agora talvez você esteja se perguntando, quantas palavras apareceram? E a resposta é, zero, nenhuma, nada!! E aqui vale ressaltar que o idioma inglês tem duas palavras com apenas uma letra (o “I” que significa eu, e o “a” que em português seria um ou uma), e mesmo assim, elas não apareceram. E talvez você esteja se perguntando,  será que os macacos não tocaram nem uma única vez nessas vogais? O fato é que tocaram, mas tais letras só representam palavras se isoladas em ambos os lados por espaços.
Chegou a hora de fazermos umas continhas, probabilidade básica. Tomemos um teclado com 30 caracteres usado na língua inglesa (26 letras e outros símbolos), a probabilidade de se conseguir uma palavra de uma letra, teclando aleatoriamente (como fizeram os nossos amigos símios) é de 30x30x30, ou seja, uma chance em 27.000. Lembrando que estamos falando apenas de uma palavra (a mais simples possível), o que dizer então de um soneto? Considerando o soneto (por definição de 14 versos), escolhido por Schroeder no qual encontramos 488 letras[iii], qual seria a probabilidade de, digitando a esmo, conseguirmos todas essas letras na exata seqüência em todos os versos? A conta é simples, teríamos que multiplicar o número 26 por ele mesmo 488 vezes (26x26...x26), e aí teríamos o número 26 elevado à 488ª potência. Uau! Mas o que isso significa? Em potência de dez, seria o mesmo que 10 elevado a 690. Isso é uma chance em um número que começa com o 1 e tem 690 zeros a sua direita. Mas o que isso representa? Quão grande é esse número? Só pra que você tenha uma ideia, a população do nosso planeta é da ordem de 10 elevado à décima potência; o número de partículas (prótons, elétrons e nêutrons) que constituem o universo inteiro é da ordem de 10 elevado a 80. Então talvez você esteja se perguntando, quando tempo seria necessário para que os macaquinhos conseguissem realizar a tarefa de digitar aleatoriamente um soneto? Ou quantos macaquinhos seriam necessários? O professor Schroeder nos responde da seguinte maneira:


“Se tomássemos o universo inteiro e o convertêssemos em chips de computador – esqueçam os macacos – cada chip pesando um milionésimo de grama e sendo capaz de processar 488 tentativas a, digamos, um milhão de vezes por segundo, produzindo letras ao acaso, o número de tentativas que conseguiríamos seria de 10 à 90ª. Mais uma vez, seríamos derrotados por um fator de 10 à 600ª. Nunca criaríamos um soneto por acaso. O universo teria de ser maior, na proporção de 10 elevado à 600ª potência. No entanto o mundo acredita que um bando de macacos pode fazer isso todas as vezes”[iv].


Isso é mesmo fascinante, veja, se o famoso teorema do macaco defendido por muitos evolucionistas não funciona nem para um soneto, o que dizer da origem da vida, algo muito mais complexo? Se a vida não pôde surgir por acaso, só nos resta uma conclusão, somos obra de um Criador. Pense nisso!


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[i] Ou também parábola dos macacos dactilógrafos, a nomenclatura varia, mas a idéia central é a mesma.
[ii] Autor de Best Sellers sobre ciência e religião como o The Science of God.
[iii] O cientista escolheu o que tem como primeiro verso “Devo comparar-te a um dia de verão?”.
[iv] SCHROEDER (apud FLEW, Antony. Deus Existe: as provas incontestáveis de um filósofo que não acreditava em nada. Tradução Vera Maria Marques Martins. São Paulo: Ediouro, 2008. p. 85)

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Podem me chamar de moralista!


(Por Ronaldo Xavier Pimentel Jr)

Mês passado me deparei com uma matéria muito interessante da revista “Saúde!”, periódico, que por sinal, minha esposa é assinante. O referido texto demonstrava os efeitos da televisão sobre os adolescentes, e como jovens que assistem a cenas eróticas correm grande risco de ter um filho antes dos 20 anos. A revista faz menção à pesquisa feita pelo Instituto americano Rand Corporation, a matéria nos diz o seguinte:
“Seus pesquisadores perguntaram a 2 mil jovens entre 12 e 17 anos o que costumavam ver na telinha. Três anos mais tarde, quiseram saber da mesma moçada se houve a ocorrência de uma gestação naquele período. Constataram, então, maior incidência de gravidez na turma que acompanhava programas de apelo sexual.” [i]

Claro que tudo isso é só a ponta do iceberg, a exposição excessiva à violência, à pornografia, mulheres e homens seminus toda hora, à inversão de valores, e uma série de outras coisas que, não só trará uma gravidez precoce, mas também uma família desajustada.
É público e notório, que a TV aberta no Brasil, salvo raras exceções, tem feito um verdadeiro desfavor à família brasileira, são tantos os exemplos que nos cansam os olhos. Em uma determinada novela, que já fora exibida, encontrávamos um bordel onde a cafetina abriga uma série de belas jovens que demonstram toda a felicidade do mundo por aquilo que fazem: saem em carros de luxo, ganham bastante dinheiro, vivem com homens bonitos e vez por outra, se casam com milionários. Algo muito diferente da realidade de dor e sofrimento de quem optou ou foi levado a essa vida. Agora, o que passará na cabeça de uma jovem ao assistir coisas como essas? Coisa boa é que não é! Em um país onde a prostituição infantil é alarmante, um referencial como esse só agrava o problema, uma vez que, o inferno é transformado em paraíso diante dos olhos das crianças.
E o que dizer da violência? Tiros, facadas, desrespeito aos pais e às leis. Será que tudo isso não têm influenciado os jovens? É claro que sim! Não são poucos os casos de violência envolvendo jovens e adolescentes, brigas motivadas pelas coisas mais fúteis possíveis, e em grande parte, culpa dos exemplos que os jovens têm na TV, onde o “herói machão”, jamais pede desculpas e resolve tudo na “porrada”.
Há os que advoguem que a culpa é toda dos pais, que não acompanham o que os filhos assistem. Sim, sabemos que essa responsabilidade existe; sabemos que os pais devem conversar mais com os filhos acerca desses temas e orientá-los quanto à programação, contudo, sabemos que a responsabilidade não pode cair toda em cima dos genitores, uma vez que, os mesmos não são onipresentes nem oniscientes. 
A legislação brasileira acertou ao obrigar as emissoras de TV a trazerem a faixa etária do programa antes da exibição, o que vem a oferecer um norteador aos pais. Apesar de que, mesmo assim, existem algumas distorções, como é o caso das “novelas das oito” (já conhecidas pelo teor erótico) que são reprisadas a tarde, onde a maioria dos jovens estão em casa assistindo televisão, enquanto os pais estão trabalhando. E aí, cai por terra qualquer argumento dos que tentam jogar toda a culpa toda nos familiares. É fato, temos que fazer alguma coisa, ou mais cedo ou mais tarde, muitos dos jovens se perderão no caminho, enquanto a mídia fatura os seus bilhões.
Aos que lerem este texto, não me interpretem mal, não quero que a TV seja envolta por censuras e tarjas pretas, mas que ela possa ser útil ao lar e a família, e não um meio de destruição da mesma. Sou uma pessoa normal, que assisto TV como qualquer outra, contudo me preocupa os exageros por parte da programação; que se tornaram tão comuns, que por vezes nos passam despercebidos. Quero aqui trazer uma reflexão, qual a nossa conduta diante dos nossos filhos e de que forma a televisão tem influenciado as nossas vidas? Até quando faremos vista grossa para esse problema? Pais, abram os olhos!
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[i] SAÚDE!. São Paulo: Abril, n. 306, dezembro de 2008. p.57.